Reflexões estranhas, espontaneidades, coisas envolvendo o mundo jurídico...

segunda-feira, 12 de março de 2012

Impotência

O homem acordou. Sua cabeça doía, provavelmente resultado do excesso de álcool da noite anterior. Juntando suas forças, num esforço que lhe parecia inútil, levantou-se da cama. Ao olhar pela janela e ver o dia bonito que fazia, resmungou, queixando-se do sol forte e do quanto aquilo nada tinha a ver com seu estado de espírito.

Comeu qualquer coisa e sentou-se na sua escrivaninha, na vã tentativa de escrever alguma coisa que pudesse lhe ser útil. O papel em branco parecia encará-lo zombeteiramente, como se tivesse consciência da confusão mental do velho homem. Suas mãos ásperas dos trabalhos árduos de outrora agora contorciam-se diante da impotência que ele sentia só de olhar para aquele fundo branco que tanto o aterrorizava.

Respirou fundo, molhando a pena na tinta. Nada parecia aflorar. De todas as coisas que pensava, nada parecia bom o suficiente. A tinta ainda pingou por duas vezes no papel antes que ele decidisse baixá-la e deixá-la de lado.

Afastou-se da mesa e levantou-se bruscamente. Há dias a mesma cena se repetia. Não agüentava mais aquilo. Num lapso momentâneo atirou o pote de tinta na parede, com raiva. O pote quebrou-se ao encontrar com a parede de um amarelo desbotado, sujando-a de um preto que parecia melhor refletir o seu humor atual.

A cabeça doeu mais forte e, apoiando-se em um móvel, escorregou até o chão. Ficou observando a tinta escorrer pela parede imóvel.

Olhou para o quarto onde estava para encontrar o de sempre: caos. Montanhas de roupas desorganizadas, precisando urgentemente serem lavadas ou apenas jogadas fora, várias folhas amassadas jaziam no chão (vãs tentativas de escrever algo que ele considerasse decente o suficiente), e outras coisas. A visão só conseguia deixá-lo mais desesperado, afogando qualquer vontade de agir que ele pudesse ter. Em sua mente, distorcida que fosse ou não, o quarto representava fielmente o estado da sua vida pessoal e profissional no momento: uma massa desordenada e sem qualquer sentido ou propósito.

Estava confuso. Sentiu outra pinçada de dor. Decidido, levantou-se e caminhou até a outra extremidade do quarto, abrindo um armário pequeno de madeira antiga. De dentro dele, retirou um copo e uma velha garrafa de uísque. Soprou o copo e serviu-se uma dose. Ergueu o copo para o alto e disse:

- À mais um dia inútil de existência! – brindou com alguém que não estava ali e sorveu todo o conteúdo do copo em um só gole.

Caiu na cama, fechando os olhos, esperando acordar quando tudo estivesse melhor, ou pelo menos, diferente. No fundo, porém, ele sabia que nada mudaria. Abriu a garrafa novamente e serviu-se outra dose. Por mais que ele bebesse, nada pareciaa capaz de lhe tirar da boca o gosto mais amargo: o da Impotência. Ele sabia disso e bebeu mais uma dose para tentar a sorte.


Eu dedico esse texto a uma amiga muito especial: Melissa! Enquanto escrevia esse texto não pude não pensar em você e no quanto a sua escrita de certa maneira me influenciou!

Espero que gostem do texto ligeiramente sombrio.

terça-feira, 31 de maio de 2011

Eu quero não pensar. Dói!

Eu quero escrever, mas não sei bem sobre o que. Tanta coisa passa pela minha cabeça e realmente me pergunto se isso é normal ou eu sou o único E.T. que consegue refletir sobre variados assuntos ao mesmo tempo.

Sério, meus pensamentos fluem dos Crimes contra a Paz Pública ao que eu tenho que fazer amanhã, às provas, às coisas que eu tenho que fazer amanhã, ao que eu tenho que resolver, ao que eu tenho que conversar. Sério, penso demais pro meu gosto.

Gostaria de pensar menos. Deitar, ler o meu "Diário de Anne Frank", agradecer pelas coisas boas e dormir. Mas não (odeio começar frase com "mas" desde os tempos do pré-vestibular, porém vou me utilizar da famosa licença poética [já que essa não colava nas redações de vestibular, que cole aqui a desculpa :D]). Não. Eu tenho que pensar no que houve durante o dia e todas as coisas que tem que acontecer ou vão acontecer no dia seguinte.

Acabei de chegar na conclusão de que por vezes eu me estresso muito mais do que as coisas me estressam e acabo gerando um ciclo muito chato e redundante. Rs.

Quero ser mais livre e menos escrava da insana vontade do meu cérebro de pensar e repensar as coisas. Pra que tanta reflexão se as pessoas em geral não dão a mínima umas pras outras? Pra que doar meus pensamentos a pessoas que não farão o mesmo, ao menos na mesma medida?

Quero liberdade dessas amarras psicológicas que me impedem de conservar minhas utopias e não me deixam dormir, dessa voz que me fala, fala, fala e nada responde. Quero ser livre pra poder descansar em paz e só pensar que amanhã é um novo dia e que as coisas vão se acertar e que não adianta eu programar tudo hoje, porque quando o sol nasce, tudo muda.

Gente, fico impressionada com a minha digressão aleatória. o.o

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Bom pra mim, ok, mas e pro mundo?

Recentemente eu tenho me feito bastante essa pergunta. Será que o caminho que eu pré-defini pra mim mesma me satisfaz realmente, será suficiente pra me fazer feliz?

Desde que escolhi fazer Direito, decidi que queria uma carreira como advogada e não como qualquer uma oferecida nos concursos. Era o que eu sentia e ainda sinto. Com o passar dos períodos, idéias trocadas dentro e fora dos corredores da UERJ, comecei a tender para o Direito Societário, que é uma área que não vai à Tribunal e costuma lidar com empresas de um modo geral, podendo lidar também com o mercado financeiro.

Ok, então tudo corria bem na minha cabeça. Até que depois de viajar para outros lugares com uma postura diferente e ouvir as diferentes notícias que se passavam mundo afora, comecei a pensar em quanta injustiça se passa ao meu redor e no quanto as pessoas se fiam na passividade alheia para perpetrar certas ações. É o preço absurdo dos transportes públicos que não chegam nem perto de serem bons, é o cobrador que quer te deve 0,05 reais (e que não permite que a recíproca seja verdadeira), são os vereadores usando dinheiro público pra comprar carros que sequer correspondem à realidade de 95% da população da cidade.

É tanta coisa que me faz pensar. Tá, se eu fizer isso que eu tô planejando, eu vou viver bem com essa minha escolha? Será que eu sou capaz de tornar essa indignação um trabalho? Ou será que ela vai ficar pro meu pro bono e minhas horas vagas? Aí também vem aquelas perguntas: será que eu quero me matar de trabalhar ou quero aproveitar mais a vida? Que tipo de vida eu quero?

O mais triste disso tudo é que essas aflições me impedem de seguir um dos conselhos mais interessantes que eu já dei: sempre dá tempo de mudar. O problema é que com tudo que acontece hoje em dia, com tudo isso que a sociedade impõe (sendo tomar decisões, não cometer erros e entrar no mercado de trabalho tão cedo quanto possível coisas muito fortes e imperativas de uma maneira cruel), é complicado ir contra a maré. E dá uma tremenda dor de cabeça fazê-lo.

segunda-feira, 28 de março de 2011

Metalinguagem.

Escrever é tão fácil. Quer dizer, escrever é fácil assim: sem regras, sem tema específico, sem citar artigos do Código Penal ou Civil ou da Constituição Federal, sem ter que necessariamente criar uma lógica que possa ser entendida por todos, principalmente pelo meu professor sem paciência (talvez eu também não tivesse paciência se tivesse que ler umas 70 provas [senão mais], mas deixa isso pra lá).

Voltemos ao fundamental: Escrever é bom só por escrever. Só pra se expressar, só pra tirar o que tá dentro da minha cabeça bem no tempo que eu quero, só pra me aliviar os pensamentos, só pra desabafar, só pra repetir o só e só é bom mesmo quando eu faço isso por prazer.

Escrever é tão bom por si só (olha o só de novo dando às caras - juro que dessa vez não foi [tão] intencional) que escrever é verbo transitivo, não precisa de nenhum complemento. Eu escrevo. Tão simplesmente.

O dicionário fala que significa: Exprimir-se por sinais gráficos, caracteres convencionais. No entanto, eu discordo. Escrever é tão mais que preencher um papel em branco, é criar um novo mundo também ou pelo menos se expor ao mundo. É abrir minha mente àquele que me lê, é confiar meus pensamentos a alguém que nunca saberei ao certo quem é (pode ser só um ou podem ser vários). Além disso, as palavras podem até ser convencionais, mas o contexto em que elas são inseridas e o sentido que tomam no mesmo, nossa, podem ser muito não-convencionais.

No final, tudo é simples questão de escrever e (tentar) ser compreendido.


sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Qual o preconceito com o Natal?

Sério. Taí uma coisa que eu não entendo. O que há para não se gostar no Natal?

Tudo bem, concordo que nem todos são privilegiados de ter uma família da qual gostem completamente e de repente não tiveram boas impressões do Natal, mas daí a "descartar" o Natal por completo, não acho certo.


Natal é uma época muito legal. Você começa a pensar no próximo ano, no verão, nas desejadas férias, consegue fazer alguns planos pra ficar mais tempo com quem se gosta. Quando vejo o comércio colocando as decorações de Natal sempre penso "Nossa!! Já estamos quase no Natal! Como o ano passou rápido e já vai acabar!" e logo depois me lembro do quão boa é a época do Natal. :) Ver quem não consigo ver sempre, demonstrar o meu carinho, mais tempo com a família, confraternização, rabanadas e muita comilança! :D

Para aqueles que dizem "ah, mas se é uma coisa tão boa, porque não fazer todo mês?", devo dizer que eu gostaria de um "Natal" todo m
ês, mas nem sempre todos podem ir e nem sempre dá pra marcar isso todo mês. (Só quem já ajudou a preparar uma ceia de Natal sabe o trabalhinho básico que dá u.u)

O Natal dá "certo" porque é uma liberalidade concedida pelo sistema capitalista (que obviamente é bem explorada pelo mesmo, admito) que permite uma folguinha extra pra todos se verem. Sabe aquele primo que você tem uma super afinidade, mas os horários dificultam que vocês se encontrem? O Natal "afrouxa" os nós das gravatas e facilita a reunião familiar. =) É um dia pra reunir a família "maior" e não apenas pai, mãe e irmãos (isso é, quando moram juntos).

Eu sou totalmente pró-reuniões familiares, aniversários, dia das mães e todos esses "motivos extras" pra reunir a família. Pra mim, o Natal é o máximo. rs

Ah, quanto aos presentes! Adoro receber presentes, não vou mentir, mas também adoro DAR presentes! :D Logo, pra mim não é um fardo pensar no que dar pra pessoa. Acho bacana mostrar pros outros que você gastou um tempo pensando neles. Os presentes também não precisam ser caros, bastam ser entendidos como demonstrações de carinho. ^^

Enfim, encaro o Natal como uma super-feliz-reunião-familiar recheada de rabanadas e carinho recíproco.

Amo o Natal. =)

P.S.: Não desrespeito a opinião alheia, só quis expressar meu ponto de vista. ;)

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Use filtro solar =]

Minha dica de hoje é simples: Use filtro solar

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Acho que o melhor é o equilíbrio

Numa conversa pra lá de interessante hoje, percebi mais uma vez que as coisas podem ser boas ou ruins, dependendo apenas da medida. É tudo uma questão de equilíbrio.

A vaidade é um bom exemplo. Alguém pode ter vaidade e isso não ser ruim. Vaidade é bom à medida em que a pessoa a tem como amor-próprio, como motivo pra se cuidar. No entanto, a mesma vaidade pode ser ruim se ela significar egoísmo, se ela representar alguém que passe por cima dos outros pra conseguir o que quer, quando representar a soberba, o sentimento de que se é melhor que todos os outros seres humanos da face da terra (rs) e quando impede o amor por qualquer outro que não seja si próprio (narcisismo exacerbado).

Essa filosofia do oriente sempre me pareceu verdadeira. Tudo tem que ser em equilíbrio. Nem pouco nem muito. Nem muito quente, nem muito frio. Nem pouco amor, nem amor demais (quando isso for posse e ciúmes). Tudo sob medida. :) Porque o frio precisa do calor, assim como a felicidade precisa da tristeza. Se não houvessem as tristezas, como saberíamos apreciar o que é bom e nos faz feliz?